segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Quando a formação que surge de uma situação concreta no interior da escola

Quando as ideias surgem é necessário aproveitar as oportunidades e dar o nó às pontas soltas.
Então, foram integradas na Biblioteca Escolar quatro medidas de sucesso educativo:

i) Apoio ao estudo;
ii) Plano de Ocupação dos Tempos Escolares (aulas de substituição) e elaboração de atividades para o mesmo;
iii) Realização e acompanhamento das Atividades de Recuperação;
iv) Acompanhamento dos alunos com ordem de saída da sala de aula.

Estas quatro medidas provêm dos normativos em vigor, nomeadamente do Decreto-Lei n.º 139/2012 de 5 de julho – Revisão da Estrutura Curricular, Despacho normativo n.º 13-A/2012 – Organização do ano letivo, reforçado posteriormente pela nota informativa proveniente do Ministério da Educação e Ciência de 17 de Julho de 2012 – Orientações para a distribuição do serviço Letivo - medidas para o Sucesso e Prevenção do Abandono Escolar, atividades nº 1, 4, 5 e 6 e também da Lei n.º 51/2012 de 5 de setembro- Estatuto do Aluno e Ética Escolar. 

Para permitir a implementação destas quatro medidas foi criada uma equipa de cerca de 60 docentes com tempos provenientes dos normativos acima referidos.

A introdução e implementação das quatro medidas acima referidas e a sua integração no domínio A – Apoio ao desenvolvimento curricular requereram muitas horas de trabalho e reflexão de modo a que a articulação se torne efetiva. Para tal, criou-se uma equipa com cerca de 60 elementos, pois segundo Roldão (2007) o trabalho colaborativo não se resume a colocarmos um grupo de pessoas perante uma tarefa colectiva – não chega agrupar, nem é suficiente pedir resultados. O essencial das potencialidades do trabalho colaborativo joga-se no plano estratégico, e operacionaliza-se no plano técnico. O sucesso das equipas apoia-se em alguns aspetos fundamentais como a comunicação, cooperação, partilha de conhecimento, capacidade de estabelecer relacionamentos interpessoais, abertura para compreender o ponto de vista do outro e capacidade para ouvir e expressar-se de modo claro e consistente. No trabalho colaborativo temos sempre a vantagem de que a soma das partes será certamente mais rica, do que cada parte em separado. Assim, o conhecimento profissional do professor deve ser construído através de diálogo com os colegas e na assunção de objetivos comuns.

Pela minha experiência pessoal, enquanto formadora e pela leitura atenta de autores de referência sustenta a opinião de Nóvoa (2002) de que na “a formação de professores está muito afastada da profissão docente, das suas rotinas e culturas profissionais” (p. 1), pois, em seu entender “a formação de professores ganharia muito se se organizasse, preferencialmente, em torno de situações concretas, de insucesso escolar, de problemas escolares ou de programas de ação educativa” (p. 5). O autor salienta ainda a “importância de conceber a formação de professores num contexto de responsabilidade profissional, sugerindo uma atenção constante à necessidade de mudanças nas rotinas de trabalho, pessoais, coletivas ou organizacionais. A inovação é um elemento central do próprio processo de formação” (p. 5). Também Leite (2005) sustenta “um sentido da formação que tem como intenção gerar processos positivos de mudança que se ancoram num trabalho dos professores realizado sobre si próprios e sobre as suas próprias experiências profissionais” (p. 373).
Estamos então, perante uma situação concretanecessidade de criar recursos educativos/materiais pedagógicos para dar resposta às quatro medidas e às restantes atividades da biblioteca e temos para isso uma equipa dedicada, o que nos pode conduzir ao elo de ligação de todos estes elementos soltos, transformando-os num momento de desenvolvimento profissional que deverá refletir-se no desenvolvimento e aprendizagem dos nossos alunos.


O que se propõe é a acreditação da atividade de criação de recursos educativos digitais/materiais pedagógicos com base no referencial de formação: Trabalho Colaborativo com as Ferramentas Web 2.0: Edição e Publicação de Conteúdos, na modalidade de curso de formação, de acordo com o esquema seguinte.

Referências Bibliográficas

Leite, C. (2005). Percursos e tendências recentes da formação de professores em Portugal. In Revista Educação, Porto Alegre n. 3 (57), (pp. 371 – 389). 

Nóvoa, António (2002). Formação de professores e trabalho pedagógico. Lisboa: Educa. 

Roldão, M. (2007). Colaborar é preciso. Questão de qualidade e eficácia no trabalho dos professores. Noesis, n. 71, Out./Dez. 2007, 24-29.

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